A Simultaneidade Natural dos Relativos em Aristóteles (Cat. 7, 7b15-8a12)
Seminário Científico da Sociedade Ibérica de Filosofia Grega Madrid, 11 de Fevereiro de 2022
António Pedro Mesquita
Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
Pretendo nesta comunicação abordar a questão da simultaneidade natural dos relativos discutida por Aristóteles em Cat. 7, 7b15-8a12. Neste texto, Aristóteles sustenta que, apesar de os relativos parecerem ser, na sua maior parte, simultâneos por natureza, há aparentemente algumas excepções. Em seguida, menciona duas dessas excepções, a saber, os relativos conhecimento/cognoscível e percepção/perceptível, argumentando longamente em favor da anterioridade do segundo relativo sobre o primeiro em cada um desses pares. Irei aqui avaliar os argumentos que Aristóteles avança para suportar a tese da excepcionalidade destes dois pares sob este aspecto e, em consequência, a solidez da própria tese, concluindo que nenhum dos argumentos é bem-sucedido em estabelecê-la, pelo que ela deve ser rejeitada. Serão em seguida retiradas algumas conclusões de carácter geral.